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A disseminação da “visão desenvolvimentista”: o caso da propaganda da Prefeitura do Rio de Janeiro

Com o transcorrer deste módulo e dos módulos anteriores  – em especial, do Módulo Introdutório e do Módulo 3  – você já pôde ter contato com diversos pensadores brasileiros e estrangeiros que refletiram criticamente sobre o papel da educação nas sociedades contemporâneas e que buscaram alternativas para os modos vigentes de ensino.

Da proposta do pedagogo Paulo Freire de educar através de um constante diálogo com o universo sociocultural de seus(as) estudantes – a pedagogia do oprimido – até as críticas à supremacia ocidental do conhecimento que é transmitido nas escolas, percebemos que, no tocante à educação, há mais do que uma questão quantitativa. Não se trata de assegurar, apenas, que todas as crianças, jovens e adultos tenham garantido seu direito de frequentar as instituições de ensino, mas é preciso peguntar: educação para quê? Como atestaram tantos autores e autoras já mencionados nesse curso numa discussão que se torna cada vez mais disseminada, a educação necessita de mudanças qualitativas.

Nesse sentido, não é de surpreender que a recente campanha publicitária da Prefeitura do Rio de Janeiro, que equiparava seu sistema de ensino a uma linha de produção fabril, tenha suscitado tantas repercussões negativas nas redes sociais. Em uma fábrica, para que a mercadoria possa se converter com mais facilidade em algo mensurável monetariamente, busca-se a homogeneização daquilo que é produzido. A metáfora parece implicar algo parecido: será a finalidade da educação criar trabalhadores e trabalhadoras cujo tempo de vida possa ser mais facilmente conversível em valor de trabalho? E mais, assim como os objetos da fábrica, que sofrem as ações das máquinas e da intervenção humana, será o objetivo do sistema escolar pensar nos estudantes como seres passivos, sem ação e vontade?

Veja a propaganda da Prefeitura do Rio de Janeiro aqui.